domingo, 17 de janeiro de 2010

SOS Haiti

O ano de 2010 começou para mim com repetidos momentos de frustração. Não sou médica, enfermeira, bombeiro, salva-vidas nem militar e me sinto impotente diante de desastres como aqueles que provocaram dezenas de mortes em Angra dos Reis e milhares no Haiti. Imagens de crianças desesperadas, corpos espalhados pelas ruas, cidades destruídas e pessoas desamparadas incomodam todos nós (pelo menos assim espero), mas como reagimos diante delas? Reclamamos com a TV? Nos lamentamos em família? Choramos? Rezamos? Agimos?

Sempre tenho a intenção de "fazer algo" nessa horas. Mas fazer o que? Como posso ajudar? Com que meios? Não sou o Brad Pitt para doar 1 milhão de dólares para o governo do Haiti. Nem especialista em resgate para embarcar no primeiro avião e contribuir com os esforços no local. Não sou político para criar fundos e redirecionar o orçamento para ajudar as vítimas desses eventos. Sou apenas uma pessoa sensibilizada com o sofrimento de outro ser humano (neste caso, de milhões deles). Afinal, o que determina quem nasce pobre no Haiti e quem nasce rico em São Paulo? Alguns dizem "carma". Eu digo "pura sorte"!

Diante da destruição de praticamente toda a infraestrutura do país, ajuda para os haitianos tem que vir de fora mesmo e há centenas de entidades se mobilizando para oferecê-la. Governos, ONGs, empresas e até pessoas físicas estão juntando dinheiro, alimentos, remédios e mesmo água para enviar a Porto Príncipe e outros locais devastados pelo terremoto. O que eu posso fazer então? Doar e divulgar!

Se você acha que a sua doação não vale a pena, pense que uma garrafa de água pode garantir que uma pessoa sobreviva hoje. Não importa a quantia, alguém vai se beneficiar da sua ação. Se realmente não puder doar, ajude a divulgar. O jornal O Globo de hoje divulgou uma lista de organizações que estão recolhendo todo tipo de doação, principalmente remédios, alimentos, água e dinheiro. Reproduzo aqui essa lista.

Para doações em dinheiro:

Viva Rio - Banco do Brasil Agência:1769-8, CC:5113-6.
Care - Banco Real Ag:0373, CC:5756365-0
Cáritas - Banco Bradesco Ag:0814-1, CC:48500-4
Cruz Vermelha - Banco HSBC Ag:1276, CC:14526-84
Médicos sem Fronteiras - Banco Bradesco Ag:3060-0, CC:111036-5 ou pelo telefone (21)2215-8688 ou pelo site www.msf.org.br
Actionaid - pelo telefone 0300-7898525 ou pelo site www.ajudeohaiti.org.br

Para doações de água, remédios e alimentos:

Viva Rio - Rua do Russel, 76 - Glória (9-18h)
CREMERJ - Praia de Botafogo, 228 loja 119b - Botafogo (9-18h) ou em uma das subsedes do conselho (veja em www.cremerj.org.br)
Ministério da Saúde - ligue 192 ou (61)3315-3518 para saber como doar remédios.
Defesa Civil - acesse www.defesacivil.gov.br para saber como doar água e alimentos.
Gabinete de Segurança Institucional - para oferecer serviços de voluntário ligue (61)3411-1297 ou envie um e-mail para saei@planalto.gov.br

Escolha uma instituição e dê a sua contribuição. Aproveite para espalhar essas informações: copie este post (ou um link para o blog) e mande por e-mail para a sua lista, imprima essa lista e divulgue entre os teus vizinhos, organize doações no seu local de trabalho e leve até os centros indicados acima. Os haitianos agradecem...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Deixe a energia fluir

Detesto iniciar o ano endividada. Lembro que tinha prometido aos meus três leitores que eu ia fazer uma lista das 50 coisas essenciais para o meu bem-estar e outra de 50 itens totalmente supérfluos. Pois descobri, depois de uma faxina de ano novo aqui em casa, que eu tinha muito mais de 50 itens inúteis guardados nos meus armários, gavetas e prateleiras. Após uma árdua batalha contra poeira, ácaros e saudosismo, eis um resumo do que saiu dos meus aposentos para dar lugar às energias renovadoras de 2010:

1) Uma câmera fotográfica de filme Canon.
2) Uma câmera fotográfica de filme Olympus.
3) Uma câmera fotográfica digital que armazena as fotos em disquete.

Notem que minha gaveta era praticamente o museu da fotografia mundial...

4) Um vestido de couro que não servia há sete anos.
5) Um vestido de veludo que mesmo que ainda servisse seria curto demais para eu usar hoje em dia.
6) Um casaco de couro (mencionei que moro nos trópicos?) cuja função parece ser juntar os meus ombros.
7) Cinco carregadores de aparelhos misteriosos.
8) Cerca de 100 chaves de malas e cadeados sem as respectivas malas e cadeados.
9) Um baralho faltando seis cartas (não dá nem pro truco porque uma das cartas é o zap).
10) 3 restos de cadernos (com adesivos e tudo).
11) 7 T-shirts que não uso há pelo menos quatro anos.
12) Clips oxidado.
13) Uma placa de vídeo do meu desktop Pentium I.
14) Uma régua triangular (tem mais duas ainda na gaveta).
15) Um grampeador que não grampeia.
16) 37 canetas que não escrevem.
17) Três bichinhos de pelúcia sem nome (os que importam sempre têm nome!).
18) Um chaveiro do Flamengo de 1982 (e eu sou tricolor!).
19) Um porta-canetas enferrujado.
20) Um jogo de bingo.
21) Um manual de instruções de um aparelho de som que já não está comigo há quatro anos.
22) CD de instalação do Windows 3.1
23) Uma lâmpada queimada (estava na gaveta há mais de uma década, acreditem se quiser).
24) Uma agenda de 2007 em branco.
25) Muitos envelopes que não abrem mais.
26) Uma pasta de guardar papel que não abre.
27) Duas pastas de guardar papel que não fecham.
28) Quatro Bolsas ruins/feias de congressos dos quais participo desde 2000.
29) Três nécessaires velhas nem um pouco necessárias que parecem se reproduzir no armário do meu banheiro.
30) Papéis, papéis e mais papéis. Destaque para a nota fiscal de uma compra de supermercado de 2003 e as instruções de como montar um armário que vendi em 1989.
31) Caixas de três programas de computador que só rodavam em DOS.
32) Três relógios de camelô que nunca deram a hora certa.
33) Dois enfeites quebrados (e meio feios).
34) Um vidro de hidratante que não hidrata e ainda por cima irrita a pele.
35) Uma vela sem pavio.
36) Quatro CDs duplicados.
37) Alguns CDs que eu nunca deveria ter comprado (os piores exemplos são a trilha sonora do seriado "Barrados no baile" e um ao vivo do Vanilla Ice - só posso escrever isso na internet porque tenho apenas vocês três como meus queridos leitores).
38) Um cartão de banco de um banco onde não tenho mais conta.
39) Um peso de papel leve (primeira vez que vejo um peso de papel que não funciona!!)
40) Menus de restaurantes que faliram ano passado.
41) Uma dúzia de fitas de vídeo mofadas.
42) Um despertador a pilha com o som pifado.
43) Um rolo de fita adesiva sem cola.
44) Um perfurador de papel cego.
45) Cartões postais em branco de lugares onde nunca estive.
46) Cartões de "Feliz Ano Novo" de 1994.
47) Um caderno de endereços.
48) Um pé de pato que machuca o pé, mas que eu insisti usar durante anos.
49) Um guia de ruas de Belo Horizonte de 2002.
50) Livros que não pretendo reler.

Os livros demandaram mais desapego da minha parte do que qualquer outro item na lista. Senti um aperto no peito a cada título que tirava da estante, mesmo os ruins. Fiquei feliz, no entanto, quando vi que eles despertaram o interesse de outras pessoas que acabaram acolhendo-os nos seus lares.

Aproveito para frisar que, ao me livrar de todos os objetos mencionados acima, pouquíssimos foram "jogados fora" propriamente dito. Aqueles ainda funcionais foram doados. Reciclei todas as partes aproveitáveis e apenas descartei aquilo que era de fato lixo. Pesquisei para não descartar os eletrônicos de qualquer maneira, mas fiquei decepcionada com o resultado. Mas isso é assunto para outro dia...