quinta-feira, 30 de abril de 2009

Terra - o filme 2 (o retorno)

Para aqueles que ficaram com água na boca com o post anterior, vale a pena dar uma olhada na página eletrônica do filme em http://disney.go.com/disneynature/earth/

Tem detalhes técnicos, downloads de fundos de tela, guia de atividades para sala de aula, trechos do filme e do making of, imagens e até um joguinho para quem gosta. Tem também uma lista dos parceiros que ajudaram a realizar a empreitada, provando que nem a Disney faz nada sozinha. Entre eles há instituições bem conhecidas e respeitadas como a Conservational International e a Nature Conservancy. Também consta a Disney Worldwide Conservation Fund (eu não conhecia) que financia trabalhos de ONGs dedicadas à conservação de espécies ameaçadas de extinção.

Uma boa notícia é que a Disneynature vai lançar ano que vem (também no dia internacional da Terra) o filme "Oceans" no mesmo estilo do "Terra", pelo que consegui averiguar. Como diria meu pai, esse deve ser o bicho!

Mas o verdadeiro motivo que me levou a escrever um sequial para o post anterior não foi esse. É que pensando sobre o filme, me dei conta de uma falha grave (alguns talvez considerem uma qualidade). Em momento algum dos 90 minutos do filme, se vê um único ser humano. Será que estamos tão distantes assim do mundo natural? Será que não temos nada de belo a mostrar? Será que nossa contribuição para o planeta não é digna de ser abordada por um filme intitulado "Terra"?

Os conceitos mais modernos de "meio ambiente" tentam mostrar que nos não estamos separados do mundo natural. Apesar de vivermos em um mundo artificial e manufaturado, ainda dependemos da estabilidade do clima, das mudanças das estações, do degelo dos pólos e da vazão dos rios para mantermos nossos padrões de vida. Os ciclos que regulam as migrações dos protagonistas de "Terra" também ditam o nosso ritmo e as alterações que estamos causando nesses padrões atrapalham muito mais além da temporada de caça do urso polar.

Fica fácil assistir "Terra" e pensar que ainda resta muita natureza intocada nesse mundo e que os impactos do homem são insignificantes diante da magnitude do planeta. É como convencer os moradores de Manaus que há falta de água no globo. Precisamos focar em outro aspecto apresentado no filme: a globalização. A temperatura média do oceano Índico afeta a neve que cai nos Himalayas. O filhote de baleia jubarte nasce nos trópicos só que sua mãe se alimenta nos pólos. A chuva que cai no planalto angolano regula o período de seca e cheia de um delta no meio da Botsuana.

Assim, a lixo que produzimos no Rio entope os bueiros da baixada. As indústrias da Inglaterra causam chuva ácida na Dinamarca. O hábito dos japoneses comerem de hashi está acabando com as florestas da Austrália. A Terra é uma só e as fronteiras políticas são limites arbitrários. Por isso há cada vez mais necessidade de acordos globais e esforços em conjunto para resolver (ou pelo menos atenuar) os problemas ambientais. Não há outra saída.

Frase do dia: "Se um elefante pode nadar, tudo é possível" - Amanda C. de Andrade (EU)

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